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O território com morros e muitas veredas era parte dos grandes caminhos nacionais e foi percorrido por diversos viajantes estrangeiros, inclusive o naturalista Auguste de Saint-Hilaire, que passou por ali em 1.819 e, em seus escritos, tratou aquele trecho como Cocá ou Cocal. No entanto, a cidade de Cocalzinho de Goiás nasceu, em verdade, junto com Brasília, por razões práticas, bem operacionais.
O empresário Antônio Ermírio de Morais, então proprietário do Grupo Votorantim, de São Paulo, maior produtor de cimento do país, havia acatado o chamamento do presidente Juscelino Kubitschek e investido pesado na região do Planalto Central do Brasil. Um de seus empreendimentos foi uma fábrica de cimento num espaço que era classificado como área rural do município de Corumbá de Goiás, que entrou em operação no início de 1.960 e se tornou o embrião de uma nova cidade.
O complexo de cimento tinha ali 600 operários, arregimentados em várias partes do país, que precisavam de alojamentos, onde morariam e desfrutariam de equipamentos urbanos com suas famílias. A fábrica está localizada a 110 km de Brasília e 120 km de Goiânia, às margens da BR-070.
A menos de 1 km da fábrica foi criado o loteamento Cidade dos Pireneus, que servia de apoio às atividades de mineração e industriais do grupo empresarial, que sempre teve uma postura de comunidade em seus empreendimentos. A unidade que é sua matriz, por exemplo, fica no município paulista de Votorantim, pois adotou o nome da empresa.
As terras onde hoje está a cidade de Cocalzinho de Goiás eram uma sesmaria do padre Manoel Souza Soares, concedida pela corte portuguesa em 1.739. Elas iam até a serra onde está o Pico dos Pireneus e ali se confrontavam com a ocupação de João Rodrigues Abbade, onde ficavam as minas do Abade. Essa área de mineração foi destruída e fechada no final do século 19, pela população de Pirenópolis, porque jogava resíduos e sujava a água do rio Almas, que era usada pela comunidade.
A sesmaria do religioso foi entregue, portanto, poucos anos depois do início da ocupação do território em que hoje está o estado de Goiás. O bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva Filho, o Anhanguera II, fundou a primeira cidade goiana, que foi Vila Boa da Santíssima Trindade (hoje Cidade de Goiás ou Goiás Velho), em 1.726.
Logo em seguida, foram sendo criados outros povoados, dentre os quais Corumbá de Goiás, em 1.730, e Meia Ponte (Pirenópolis), em 1.731, por membros da bandeira de Anhanguera. O objetivo central dos bandeirantes era encontrar ouro e pedras preciosas. Ali, teve início o ciclo do ouro de Goiás, que durou cerca de um século. Os índios da etnia Goyaz foram os primeiros exterminados, muito rapidamente, deixando apenas o nome.
Pirenópolis sempre foi a principal cidade da região, com atividade econômica mais desenvolvida, como centro comercial e polo turístico, e como prestadora de serviços na área social.
Mas, aquela parte do Estado teve um desenvolvimento bastante uniforme, após o fim do ciclo do ouro. A pequena agricultura e a pecuária foram os caminhos adotados pelos produtores rurais e, com o fim da escravidão em 1.888, a população negra se fixou no campo e nas zonas urbanas, como no restante do país.
Em agosto de 1.892, o astrônomo Luis Cruls e 21 outros cientistas iniciavam a viagem que demarcaria a localização do futuro Distrito Federal. Sua primeira atividade foi escalar o Pico dos Pireneus e medir sua altura, uma questão polêmica na época.
De lá, membros da Mssão fotografaram o chapadão onde hoje está Cocalzinho, por onde passaram dias depois, a caminho do Formosa. Nesse trajeto, de ida e volta, seriam feitas as demarcações dos limites do futuro DF e a localização do Lago Paranoá, com sua lâmina d’água na cota de mil metros acima do nível do mar. Cocalzinho está a 1.085 metros de altitude.
No século passado, a agricultura se voltou bastante para chegar à mesa das populações locais e muitos proprietários rurais passaram a atuar, de igual modo, nas áreas turística e artesanal. Essa tendência foi adotada também em Cocalzinho de Goiás, nas últimas décadas, com o aproveitamento de atrativos naturais e festas populares de maneira moderna e competitiva. A emancipação da localidade, que passou à ser município em 1.990, deu maior vigor a esse processo.
Com uma população de cerca de 20 mil habitantes, o município se projeta como uma referência ambiental, o que reforçará a atividade turística. A comunicação entre os cidadãos da cidade e do campo pode e deve ser melhorada. Nisso tudo, a parceria entre o setor público e a iniciativa privada tende a ganhar mais força, assegurando um desenvolvimento sustentável ao município.
Por: Jaime Sautchuk
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